Rio -  Os ônibus dos corredores expressos BRT serão movidos a diesel de cana-de-açúcar. O combustível que reduz em 90% a emissão de gases poluentes, com o mesmo rendimento, vai abastecer a partir do início de 2013 os 91 ônibus do Transoeste (Barra da Tijuca-Santa Cruz).

Até os Jogos 2016, toda a frota das seletivas BRT e linhas alimentadoras usarão o novo produto. Testes feitos em 20 ônibus que circulam na Zona Sul e Tijuca — nas linhas 409 e 125 — mostraram que o diesel de cana de açúcar tem a mesma capacidade dos de origem de mineral com a vantagem de reduzir em 90% a emissão de gases do efeito estufa.

Até 2014, ano da Copa no Brasil, a expectativa é que o Transcarioca (Barra-Aeroporto Tom Jobim) também esteja sendo abastecidos por diesel de cana. Em 2016, se somarão os corredores Transolímpica (Barra-Deodoro) e Transbrasil (ao longo da Avenida Brasil).
Foto: Arte: O Dia
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Os testes começaram em janeiro e vão durar um ano. O novo combustível é na verdade uma mistura, com 30% de diesel de cana e o restante de biodiesel e diesel fóssil.

Movidos pelo novo produto, os os coletivos apresentaram redução média de 1,5% de emissão de fumaça preta. O gerente de mobilidade urbana da Fetranspor, Guilherme Wilson, disse que já foi instalada bomba especial em garagem de Campo Grande paraabastecer os ônibus da Transoeste.

O diesel de açúcar virá de São Paulo e será misturado na Reduc, em Caxias. “Apesar de ser mais caro, as vantagens do novo diesel para o ambiente e, consequentemente, para o cidadão são infinitas. As empresas estão se adaptando à sustentabilidade, esse é o futuro”, afirmou.

Não é necessário adaptar o motor para utilizar o combustível "verde", que é fabricado pela fermentação do caldo de cana, em processo similar ao da produção do álcool.

A diferença é o uso de leveduras geneticamente modificadas. Por ser vegetal, o óleo é isento de enxofre, principal responsável pela emissão de poeira.

Motoristas treinarão com simulador para atuar em situações de perigo

Motoristas de coletivos usados nos corredores BRT vão treinar para atuar em situações de perigo com um supersimulador. Apresentada ontem no Etransport, congresso sobre transporte, a máquina, que custou cerca de R$ 900 mil, é semelhante a um videogame interativo.

Segundo Iñigo Esteban Velázquez, da empresa espanhola Lander, responsável pela fabricação do equipamento, grupo de técnico veio ao Rio em março filmar o trajeto o Transoeste para que a rota fosse reproduzida em animação.

“É o que existe de mais moderno hoje no mercado. Exportamos para América Latina e Europa. É veículo, com comando real, onde podem ser treinadas até 15 pessoas por dia”, explicou Iñigo.

O equipamento simula situações de perigo, como um pedestre que aparece de repente na pista, embarque e desembarque em situações de chuvas e paradas em sinais de trânsito. A máquina tem buzina, sistema de freio e reprodução de sons de outros veículos.

"Planos foram testados muitas vezes" - 5 minutos com Chris Fowler

Por trás da bem-sucedida experiência de Londres como sede da Olimpíada, um destaque é Chris Fowler, responsável técnico pela mobilidade na cidade. Para ele, três anos foram suficientes para traçar e testar ações.
Foto: Arthur Moura / Divulgação
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1. Tem alguma experiência que vocês não repetiriam em um grande evento?
— Fomos muito bem. Isso se deve a planejamento de três anos. Talvez tenhamos nos preocupado demais com as faixas exclusivas para as comitivas olímpicas. Não eram necessárias tantas. E como fizemos trabalho para que as pessoas evitassem algumas regiões, lojistas reclamaram de vendas fracas.

2. Como os moradores reagiram às mudanças?
— Um ano antes dos Jogos, os responsáveis pelos transportes fizeram pesquisas sobre o que a população faria durante os Jogos. Viajará? Ficará em casa? Isso ajudou a prevenir congestionamentos.

3. Com resultados na mão, como evitar o caos?
— Todos os planos foram testados muitas vezes. Nada aconteceu em cima da hora. Tínhamos ferramenta em site: a pessoa colocava o jogo que assistiria e até numeração de sua cadeira e ficava sabendo qual era o melhor transporte, o tempo de trajeto e até qual porta do estádio era mais próxima. Tínhamos voluntários por toda a cidade. A estratégia era não deixar criar bolsões de gente. As pessoas tinham que se movimentar

4. Muita tecnologia?
— Os voluntários tinham iPad e podiam traçar rotas e informar as pessoas. Tínhamos muitas alternativas.

5. Havia um "plano B"?
— Não tivemos problema com a frota de ônibus, mas tínhamos centenas à disposição se fosse necessário. Fizemos uso algumas vezes.